O Que Jesus Quis Dizer em “Pedi e Recebereis” — O Significado Profundo de Mateus 7:7

“Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta para vocês.”
Mateus 7:7 (NVI)

Essas palavras de Jesus, proferidas no Sermão do Monte, não são um simples convite casual. Elas revelam um princípio espiritual eterno: a fé ativa abre portas que o medo e a dúvida fecham. Muitos cristãos leem esse versículo como uma fórmula mágica para obter bens materiais — saúde, dinheiro, sucesso —, mas o Mestre ia muito mais fundo. Ele ensinava sobre dependência total de Deus, perseverança na oração e confiança inabalável na bondade do Pai celestial.

Vamos desdobrar o versículo em três camadas progressivas, como Jesus o estruturou: pedir, buscar e bater. Cada ação representa um nível mais profundo de engajamento com o Reino de Deus.

1. “Peçam, e será dado” — A Dependência Humilde

Pedir é o ato inicial da oração. Não é barganha ou exigência, mas reconhecimento de nossa limitação. No contexto do Sermão do Monte (Mateus 5-7), Jesus contrasta a hipocrisia dos fariseus com a simplicidade dos filhos de Deus. Em Mateus 6:9-13, Ele ensina o Pai Nosso: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Aqui, pedir não é ganância, mas confissão de que tudo vem do Pai.

“Porque todo o que pede recebe” (Mateus 7:8).
O “recebe” não é sempre o que queremos, mas o que precisamos para o crescimento espiritual. Tiago 4:3 alerta: “Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados”. O pedido alinhado à vontade de Deus (1 João 5:14) ativa a provisão divina.

Exemplo bíblico: A viúva persistente em Lucas 18:1-8 pede justiça ao juiz injusto. Jesus conclui: “Deus não fará justiça aos seus escolhidos que clamam a ele dia e noite?”. Pedir com humildade move o coração de Deus.

2. “Busquem, e encontrarão” — A Perseverança Ativa

Buscar vai além do pedir passivo. É ação intencional, como o homem que ara o campo e encontra o tesouro (Mateus 13:44). Jesus usa o imperativo presente: “busquem” implica continuidade. Não é uma busca esporádica, mas diária e diligente.

No Antigo Testamento, Deuteronômio 4:29 promete: “Vocês o buscarão e o encontrarão quando o procurarem de todo o coração”. Provérbios 8:17 personifica a Sabedoria: “Eu amo os que me amam, e aqueles que me procuram me encontram”.

Por que buscar? Porque Deus se revela progressivamente. Muitos desistem na superfície, mas o Reino é como pérola de grande valor: exige venda de tudo (Mateus 13:45-46). Buscar envolve estudo da Palavra (Josué 1:8), jejum (Atos 13:2-3) e comunhão com os irmãos (Hebreus 10:25).

Exemplo prático: Jacó lutou toda a noite com o anjo (Gênesis 32:24-30). Ele não pediu apenas; buscou a bênção com tenacidade. Resultado? Israel nasceu de uma busca exaustiva.

3. “Batam, e a porta será aberta” — A Confiança Persistente

Bater é o clímax: intimidade audaciosa. Imagine uma porta fechada à meia-noite (Lucas 11:5-8, parábola do amigo importuno). O dono abre não por amizade, mas por insistência. Jesus garante: o Pai é melhor que qualquer amigo terreno.

Mateus 7:9-11 compara: “Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?”. Deus não engana; Ele dá o Espírito Santo aos que pedem (Lucas 11:13). Bater persistently testa o coração: é fé ou teimosia?

O silêncio de Deus: Muitas vezes, a porta demora a abrir. Não é negação, mas preparação. Pense em Lázaro (João 11): Jesus esperou quatro dias. Maria e Marta bateram em vão… até o milagre. O atraso provou sua fé e glorificou a Deus.

Exemplo histórico: George Müller orou por anos pela conversão de cinco amigos. Dois se converteram em vida; os outros três, no leito de morte. Ele bateu até o fim.

O Contexto Maior: A Bondade do Pai

Jesus finaliza com analogia paterna (Mateus 7:11): “Se vocês, embora sejam maus, sabem dar boas coisas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus!”. O “quanto mais” é argumento a fortiori: se humanos imperfeitos provêm, o Pai perfeito superabunda.

Isso ecoa Romanos 8:32: “Aquele que não poupou seu próprio Filho […] como não nos dará juntamente com ele, e gratuitamente, todas as coisas?”.

Aplicação Prática para Hoje

  1. Alinhe seus pedidos: Use o modelo do Pai Nosso. Peça o Reino primeiro (Mateus 6:33).
  2. Busque ativamente: Dedique tempo diário à Bíblia. Apps como YouVersion ajudam, mas nada substitui o papel.
  3. Bata com fé: Mantenha um diário de oração. Registre pedidos e respostas — até as “não” que viram “melhor”.
  4. Espere no silêncio: Salmos 27:14: “Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor”.

Reflexão Pessoal

Pare agora e responda honestamente:

  • O que você tem pedido a Deus ultimamente? É alinhado à glória Dele ou ao seu conforto?
  • Você tem buscado com constância? Ou ora só em crises?
  • Quando a porta não se abre imediatamente, você continua batendo? Ou murmura como Israel no deserto?

A fé verdadeira não é ausência de dúvida, mas presença de persistência. Como disse A.W. Tozer: “Deus espera para ser desejado”.

O mesmo Jesus que disse “peçam” também disse “creiam que já o receberam, e assim será” (Marcos 11:24). Ele nunca falha. O tempo é Dele; a promessa, nossa.

Se essa espera tem sido longa, anime-se: não é punição, é polimento. Deus está forjando em você um caráter que suporte a bênção.

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Continue pedindo. Continue buscando. Continue batendo. A porta vai se abrir — no tempo perfeito do Pai.

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