“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” – Mateus 5:4
Hoje, durante o almoço, o que parecia uma refeição comum se tornou uma experiência que ainda ecoa em meu coração. O restaurante estava cheio, e nos sentamos numa mesa onde havia apenas uma moça. Educadamente, ela nos recebeu. Mas ninguém ali imaginava o quanto aquele lugar seria um espaço de revelação.
Em meio à conversa casual, ela compartilhou uma dor que carrega há oito meses: perdeu o marido para um câncer no fígado. Seus filhos, principalmente a menina, ainda não conseguem aceitar. A filha pequena frequentemente diz: “Mamãe, estou com uma dor no peito.” Uma frase simples, mas que carrega um universo de saudade e vazio.
Ela nos contou também que, antes de morrer, o marido comprou roupas, perfumes importados… e, no fim, foi sepultado com uma roupa emprestada. Essa cena rasgou o silêncio. Ali, no meio de um restaurante comum, Deus estava nos mostrando uma verdade eterna: não levamos nada daqui.
Quantos de nós vivemos colecionando bens, planejando o amanhã, enquanto esquecemos de viver e amar no hoje? Aquela mulher não precisava de conselhos teológicos. Ela precisava de consolo. E, mesmo sem orar ali naquele instante — algo que lamentei depois —, sei que o Espírito Santo estava presente. Em nossas palavras, em nosso olhar, na escuta silenciosa. O Espírito Santo consola quando faltam forças e até palavras.
Esse encontro me fez lembrar: existem dores que não vemos, existências que atravessam o nosso caminho em silêncio, e almas que só precisam de um pouco de humanidade. Ser gentil, respeitoso, ouvir alguém sem julgamentos… tudo isso é forma de evangelizar.
- O tempo aqui é curto. Não adianta acumular roupas caras ou perfumes finos — tudo fica.
- O que levamos é o amor que damos, a fé que plantamos e os gestos que oferecemos.
- Não deixe para orar depois. Ore agora. Seja o consolo de alguém hoje.
Talvez você esteja passando por uma dor silenciosa, ou talvez Deus esteja te preparando para ser consolo na vida de alguém. Não ignore esses encontros. Às vezes, uma simples conversa é uma porta aberta para o agir de Deus.